Olhares que se revelam

Abro a janela. Cheiro de chuva. A igreja toca seu sino — trezentos badalos. Vejo ruas, casas, pessoas, a vida em movimento. De cada janela há sempre uma vista diferente, e a cada janela que se abre, mais um recorte.

Andando pelas ruas, quase nem pensamos mais no chão de pedra sob nossos pés, ou nas largas janelas e portas das construções históricas. Ao passar todos os dias pela mesma igreja, não nos apercebemos dos detalhes da sua construção. Eles estão lá, um retrato de uma época além das memórias. Vivemos em duas épocas ao mesmo tempo.

O patrimônio histórico de Mariana e Ouro Preto faz parte das nossas vidas. Nessa edição, queremos dedicar a ele uma atenção especial, para que juntos possamos cuidar de algo que não faz parte apenas do passado, mas que está presente hoje. Basta olhar ao redor.

Um apito. O trem está chegando.

Texto e fotos: Gabriel Falconiere.

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