Reunião de Pauta

Foto: Thiago Barcelos/LAMPIÃO

Depois do tsunami: o que fica no rastro da lama? 

Gabriella Visciglia e Thamiris Prado

O papel do jornalismo comprometido, formador e cuidadoso com a opinião pública é ser capaz de dar vozes aos fatos sem deixar que todas elas gritem a favor de um só ponto de vista. Talvez seja este o momento mais oportuno e desafiador em que o Jornalismo da Ufop se encontra para acender o LAMPIÃO diante de uma tragédia de proporções mundiais e consequências sem prazo de validade: o rompimento das barragens da mineradora Samarco em Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana.

Foi pensando assim que pela primeira vez o LAMPIÃO e a revista Curinga estabelecem parceria para realizar uma cobertura abrangente e complementar sobre a tragédia que acometeu Minas Gerais e o Espírito Santo. A dinâmica dos acontecimentos converge com a necessidade de imersão naquilo que, talvez, os olhos de fora não quiseram, puderam ou se propuseram a ver em meio a toda essa lama. É preciso fazer uso da ótica das urgências, sem ser endógeno e nem desperceber os detalhes que a participação no cenário nos apresenta.

Diante das inquietações e da busca pelos retratos da catástrofe que assola Mariana e o Vale do Rio Doce, a turma que trabalhará nas próximas edições de ambos os veículos laboratoriais realizou a primeira reunião de pauta conjunta na última sexta-feira (13), no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) da Ufop. A reunião contou com a participação de estudantes das duas disciplinas e de professores que orientam a produção laboratorial dos futuros jornalistas.

A temática “quem cuida de nós?” foi ponto de partida para se levantar não apenas questões humanitárias e socioambientais, mas também questionamentos que atravessam as leis e o poder público, medindo até onde eles explicam os riscos e a vulnerabilidade da mineração regional. Na manhã de terça-feira (17), os editores se reuniram para decidir como será o jornal que será lançado em janeiro do próximo ano.

Foto: Thiago Barcelos/LAMPIÃO