Há pouco mais de três anos o professor Carlos Alberto de Carvalho foi o responsável pela disciplina eletiva de “Cinema e Gênero”, no início do curso de Jornalismo da UFOP. Neste ano, foi convidado pela organização da Secom a dar uma mini-palestra sobre o tema, com base em sua tese de mestrado que desenvolveu sobre a relação entre mídia, homofobia e gênero. Estudantes de vários cursos do ICSA estiveram presentes.
Carvalho explicou primeiramente o que é gênero do ponto de vista teorico e metodológico, ressaltou também a relação do termo no campo da sexualidade, e como é feita a abordagem da mídia em filmes e tele-novelas. Para exemplificar, foi exibido o clipe “A Drag a gozar” uma paródia da música infantil “ A velha a fiar”, com o intuito de mostrar os vários esterotipos existentes, que produzem as diversidades.
O professor completou a evolução de sua pesquisa, a partir do interesse em perceber a questão da homofobia na mídia “ O percurso da minha tese, acabou na pesquisa também de entender a formação das caricaturas gays da TV, do cinema e da internet. Embora, eu não tenha feito nenhuma pesquisa mais temática, quis entender , como que certos preconceitos hoje aparecem com um tipo de abordagem e de visão, que é diferente daquele mais tradicionais” – disse.
Personagens caricatos no Brasil
Numa análise pela tv brasileira, Carlos destacou o personagem Áureo (André Gonçalves) da novela Morde e Assopra da Rede Globo, como uma caricatura que fugiu do tradicional. Áureo, não esconde para ninguém a sua opção sexual, e apresenta o jeito afeminado mas no decorrer da trama acaba se envolvendo com uma mulher e tendo um filho. Esse novo olhar, proposto pelo autor Walcyr Carrasco, chamou a atenção do professor que comentou a história do personagem (caricatura), ressaltando a importância do texto e dos bordões criados que levam a uma reflexão sobre a homofobia.
No final da mini palestra ,alguns estudantes comentaram outros casos de personagens caricatos na Tv e como a homofobia é tratada nas novelas. Para Carlos, “ a homofobia é uma construção” e cabe a cada indivíduo respeitar o outro, homossexual ou não, para a construção de um mundo melhor.
Vídeo “A Drag a gozar”
Texto: Cristiano Gomes