Texto: André Luís Mapa
Áudio: Suellen Amorim
Edição de áudio: Isabella Madureira
Fotos: Lincon Zarbietti
Nesta sexta-feira, estudo de 150 anos da imprensa católica foi o assunto de uma das palestras. Oferecida por Diego Omar, professor do Departamento de História da Ufop, A imprensa católica em Mariana foi baseada na temática da tese de seu doutorado.
Diego realiza sua pesquisa a partir do estudo de vários jornais da imprensa católica marianense. O Arquidiocesano, criado em 1846, é um de seus principais objetos de estudo. O jornal praticava o que dentro do clero se chamava de “boa imprensa”. Segundo Diego, essa denominação é decorrente da classificação por parte da Igreja e dos veículos de comunicação que não tinham relação com essa.
No decorrer da mini-palestra, o professor contou um pouco da história do Arquidiocesano, publicado até 1988. O jornal tinha função catequisadora, disseminando valores morais ligados à tradição católica romana, menos liberal. Essa publicação semanal manteve oposição ferrenha a temas como o comunismo, a emancipação feminina e até mesmo a deturpação da língua portuguesa, além de ter apoiado o governo militar.
No áudio a seguir, o professor explica como como a Igreja se utiliza da imprensa como meio de formação e catequese.
O palestrante disse acreditar que a forte influência exercida por esse veículo teve efeito na formação dos valores éticos e morais da tradicional família marianense. “Teve um peso grande, assim como a Folha de São Paulo na formação da família burguesa paulista. Era uma publicação com caráter de catequese e aprofundamento dos valores cristãos”, afirma.
Hoje a imprensa católica marianense é representada pelo jornal Pastoral, criado por Dom Luciano Mendes de Almeida. O atual jornal não tem o mesmo poder moral e político que o Arquidiocesano teve por mais de um século. “O Pastoral é mais informativo, não é doutrinário. Mas é um jornal importante, traz debates interessantes, como o aborto, por exemplo”, disse Omar.